"Posso ser um boca suja como meu irmão diz, mas se tem algo que não sou, é covarde. Na guerra e no amor vale tudo." Entre tantas pessoas, eu a vi. Rosto de boneca, cabelos claros e olhos marrons que brilhavam sob o sol. Linda. Tão linda. Foi o que pensei quando a vi parada naquele acostamento e durante todo o curto trajeto que fiz depois que decidi ajudá-la, sem imaginar que, ao me aproximar, perderia o fôlego. Aquela mulher me roubou o fôlego com aquela boquinha pequena e suas provocações. Ela me tirou do sério, e eu? Fiquei viciado na interação cão e gato que tivemos. Para minha surpresa, descobri, alguns dias depois, que a mulher com rosto de boneca que me chamou de idiota era melhor amiga da minha cunhada. Muitas outras descobertas foram se mostrando para mim depois que passamos a conviver. Uma delas me assustou porque significava que havia chegado o momento em que contaria a alguém, pela primeira vez, tudo o que eu escondia há tantos anos. Eu não era feito só de risadas como todos pensavam, mas também de dor e de muita culpa. Bárbara estava prestes a conhecer todas as minhas versões.
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